quarta-feira, 9 de junho de 2010

Noites de Primavera

 
                                                   imagem da net-Conto da Jôse


 Noites de Primavera


Era um domingo de primavera e lá  estava ela, com um olhar vazio, perdido
A menina da  janela, que  todo finalzinho de tarde ali estava
olhando a linha final do horizonte que logo se escondia no vazio da noite 
Quem sabe  esperando um um sopro do vento que te trouxesse alento
Ou até uma pétala de flor trazida pelo mesmo vento, que a deixasse feliz
naquele momento e deixasse em  suas frágeis mãos  o seu perfume.
Quando a negra noite apagou a visão do horizonte aquela menina já não tinha o que ver
debruçou-se na janela e fez uma prece e da janela retirou-se.
Na calmaria do seu quarto despiu-se de toda bagagem de esperança, de alguém a encontrar naquele longínquo lugar.
.Olhou-se no espelho, e apossou-se da certeza  de toda sua beleza, soltou suas tranças negras,
contemplou seu corpo esguio, seus contornos bem marcados, pois essa era sua imagem de 
de menina mulher, já nesse momento mais mulher que menina, e já não bastava tanta beleza
confinada a quatro paredes, precisava de alguém pra compartilhar.
Como de costume no dia seguinte ali ela estava, no mesmo lugar, debruçada a janela onde 
só se ouvia o assobio do vento em meio a floresta florida nesta época do ano, e a cada rajada de vento
uma onda do suave perfume das flores silvestres invadia suas narinas e a embriagava com tamanho odor,
e adentrava seu leito onde sua beleza repousaria mais uma noite como de costume.
Quando já se preparava para sair da janela, ouviu-se o trotar de um cavalo que mais parecia um passo de 
valsa, que era apenas ouvido, tamanha era a distância, mas num breve momento a lua ajudava a dar forma
aquele som e logo percebeu-se a figura de um cavaleiro vindo em direção a sua janela, janela dos sonhos!
Que durante muitas noites fora testemunha de sua espera.

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